quarta-feira, 29 de junho de 2016

Por dentro do visual de [Hyakki Yakou].

Mahiro - 

Representa o Yatagarasu (em japonês 八 咫 乌, Yata "grande tamanho" e Karasu "corvo") é um corvo de três patas e um dos mais antigos símbolos da mitologia japonesa. O aparecimento de Yatagarasu é interpretado como evidência da vontade do Céu ou da intervenção divina nos assuntos humanos. Aves de três patas (ou "tripedal") são criaturas encontradas em várias mitologias e artes da Ásia, Ásia Menor e do Norte da África e acredita-se que elas representem o sol.
De acordo com a lenda, este pássaro lendário teria sido enviado dos céus pela deusa Amaterasu, com o papel de guiar o imperador Jimmu em sua trajetória até a província de Yamato, onde seria estabelecido o primeiro governo da nação. Devido a essa história, Yatagarasu é conhecido como o animal que dirige a vitória. Foi precisamente por este motivo que foi eleito como o símbolo do futebol japonês. O corvo do escudo da Associação de Futebol estende uma de suas asas e com uma de suas três patas domina uma bola. Ele expressa agilidade e força e as cores que traz consigo(amarelo e vermelho) simbolizam o sol.
Existe ainda outra história, onde a deusa Amaterasu é ameaçada por um monstro terrível. As pessoas clamavam por um salvador que fosse capaz de matar a fera. E assim, um grande corvo de três patas veio e derrotou o monstro. A vida de Amaterasu foi salva pelo seu guardião, o corvo Yatagarasu.

É geralmente aceito que Yatagarasu é uma encarnação de Taketsunimi no Mikoto, fundador do clã Kamo-Agatanushi, mas nenhum dos primeiros registros documentais sobreviventes é tão específico sobre essa questão. A deusa xintoísta Amaterasu também foi dita ser capaz de se transformar em um corvo (ou o corvo se transforma em deusa) e a adoração à Amaterasu é descrita como "o culto do sol."
O Yatagarasu foi citado inicialmente em duas fontes japonesas, o Nihon Shoki (日本 书 纪) e o Kojiki (古 事 记). No entanto, nestas e noutras fontes primárias não há qualquer menção quando ao número de pernas que ele possui. Esta parece ter sido uma adição posterior ao mito, mas não está claro quando isso aconteceu. Yatagarasu pode ser visto em uma série de itens do Japão pré e pós-guerra. No Japão, encontra-se também em vários itens de guerras, como medalhas ao mérito.
Existem muitos templos xintoístas dedicados à ave, considerado deus guardião de Kumano, chamados Yatagarasu-Jinja. O pássaro é reverenciado em vários festivais importantes (matsuris), que são realizados nos santuários, principalmente na região do “solo sagrado de peregrinação” nas montanhas Kii, em Kumano. Os santuários de Kumano estão entre locais mais sagrados do Japão, um local de peregrinação antiga, com mais de mil anos de história.




Takemasa -
Representando Yamata no Orochi A “Grande Serpente de Oito Cabeças”, é um impetuoso demônio de Ōkami. Uma poderosa e gigantesca serpente-dragão de oito cabeças, oito caudas e olhos vermelhos da mitologia japonesa, sendo cada cabeça controladora de uma habilidade específica. Segundo a lenda, seu corpo era longo o suficiente para cobrir oito picos e oito vales, e estava coberto de musgo e árvores. Sua barriga gigante estava sempre inflada e manchada de sangue. A criatura anualmente exigia o sacrifício de oito virgens.

A lenda de Yamata no Orochi tem versões registradas nos escritos antigos do Kojiki e Nihongi e, em ambas as versões do mito Orochi, a fera é morta pelo deus das tempestades Susanoo. Um dia, uma das oito virgens exigidas era a amada do deus da tempestade, Susanoo ficou tão revoltado que acabou matando o temível dragão, Yamata no Orochi.

Yamata no Orochi: O mito
Há milhares de anos, no Japão, acreditava-se que os deuses, feras e humanos conviviam na mesma terra. Os humanos ofereciam sacrifícios aos deuses em gratidão aos poderes sobrenaturais que os mesmos usavam para ajudá-los, e as feras e monstros não interferiam muito com os humanos.
No entanto, este equilíbrio era prejudicado quando Izanagi, o primeiro rei dos deuses entrava em conflito contra sua mulher, Izanami, pelos seus filhos. A guerra criava, consequentemente, seres malignos, os Onis (ogros ou demônios), como soldados, assim como dragões, que cresciam das plantas que bebiam o sangue dos deuses.
Porém, nem todas essas novas feras eram más, mas o mal espreitava o coração dos deuses durante a guerra (sendo expostos às emanações do inferno), então, os dragões que nasceram deste sangue tornaram-se maus. Yamata No Orochi, ou, a “Grande Serpente (Dragão) de Oito Cabeças”, foi uma destas criaturas.

Susanoo e a Princesa Kushinada
A terra de Izumo foi então agraciada com a presença da bela princesa conhecida como Kushinada. Pouco tempo depois que Kushinada completou 16 anos, Orochi, a fera, amaldiçoou Izumo com a sua presença, e ordenou que fosse feito o sacrifício de oito donzelas, a cada lua cheia, para satisfazer a sua fome. Se falhassem em cumprir o sacrifício, Orochi ameaçava destruir toda a terra.
Os anos passavam, enquanto as donzelas sumiam dos campos; até que só restou a princesa Kushinada a ser sacrificada para que o povo de Izumo fosse poupado. Nesta mesma época, após a expulsão do Céu, Susano no Mikoto apareceu por aquelas terras. E, encontrou chorando muito, um casal de velhos que contou-lhe a triste história de suas filhas. Ao ver a bela Princesa Kushinada aos prantos em sua janela, ele prometeu então ao seu velho pai que daria um fim a serpente Orochi, com a condição de que pudesse tomar a mão da princesa em casamento.
Na noite do sacrifício da donzela, foram oferecidas ao Orochi oito jarras de sakê. O servo que as trouxe disse ao Orochi que ele deveria entreter-se com o álcool primeiro e então aproveitar a sua tão esperada refeição. A grande serpente-dragão concordou, e mergulhou as oito cabeças nas jarras. Não demorou muito até que se ouvisse a fera roncando em sua bebedeira.
Foi então que o servo mostrou sua verdadeira identidade: o deus do trovão Susanoo no Mikoto. Com sua espada, ele cortou cada cabeça do Orochi. De seu ventre caiu o sagrado orbe da vida, o Magatama, debaixo das escamas da calda do dragão, encontrou a espada sagrada, Kusanagi Tsurugi, e da última cabeça cortada rolou uma lágrima que se tornou o Espelho.

Os Três Tesouros Sagrados do Japão:
As Jóias Magatama, o Espelho Kagami e a Espada Kusanagi Tsurugi, são considerados como sendo “Os três Tesouros Sagrados” do Japão.
Susanoo deu como presente à sua irmã Amaterasu ( a deusa-sol) a Mata-dragão “espada Kusanagi”, também conhecida como Ame-no Murakumo. Deixou em Izumo o orbe Magatama e o Espelho, que foi dado à princesa Yata, irmã mais nova da Kushinada.
Estes três objetos são hoje conhecidos como “Os Três Tesouros Sagrados do Japão” e diz-se serem preservados no Palácio Imperial de Tóquio.
São intitulados como as “Insígnias do Império”, pertencentes à Família Imperial do Japão. E, de tempos em tempos, os sagrados objetos são exibidos em uma Cerimônia oficial no Palácio da Família Imperial.

Simbologias das Insígnias do Império
• O Espelho Kagami: representa o Sol da Bandeira Nacional do Japão
• A Espada Kusanagi Tsurugi: representa a origem do Bushido (o caminho dos Samurais)
• As Joias Magatama: representam as riquezas do País.




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